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Por Andrey Nicioli: Partilhando a vida, pensamentos, notícias... Falando sobre tudo!!!



terça-feira, 10 de maio de 2011

A graça de ser só

Segue mais um lindo texto do padre Fábio de Melo. Espero que gostem.

Ando pensando no valor de ser só. Talvez seja por causa da grande polêmica que envolveu a vida celibatária nos últimos dias. Interessante como as pessoas ficam querendo arrumar esposas para os padres. Lutam, mesmo que não as tenhamos convocado para tal, para que recebamos o direito de nos casar e constituir família.

Já presenciei discursos inflamados de pessoas que acham um absurdo o fato de padre não poder casar.

Eu também fico indignado, mas de outro modo. Fico indignado quando a sociedade interpreta a vida celibatária como mera restrição da vida sexual. Fico indignado quando vejo as pessoas se perderem em argumentos rasos, limitando uma questão tão complexa ao contexto do "pode ou não pode".

A sexualidade é apenas um detalhe da questão. Castidade é muito mais. Castidade é um elemento que favorece a solidão frutuosa, pois nos coloca diante da possibilidade de fazer da vida uma experiência de doação plena. Digo por mim. Eu não poderia ser um homem casado e levar a vida que levo. Não poderia privar os meus filhos de minha presença para fazer as escolhas que faço. O fato de não me casar, não me priva do amor. Eu o descubro de outros modos. Tenho diante de mim a possibilidade de ser daqueles que precisam de minha presença. Na palavra que digo, na música que canto e no gesto que realizo, o todo de minha condição humana está colocado. É o que tento viver. É o que acredito ser o certo.

Nunca encarei o celibato como restrição. Esta opção de vida não me foi imposta. Ninguém me obrigou a ser padre, e, quando escolhi sê-lo, ninguém me enganou. Eu assumi livremente todas as possibilidades do meu ministério, mas também todos os limites. Não há escolhas humanas que só nos trarão possibilidades. Tudo é tecido a partir dos avessos e dos direitos. É questão de maturidade.

Eu não sou um homem solitário, apenas escolhi ser só. Não vivo lamentando o fato de não me casar. Ao contrário, sou muito feliz sendo quem eu sou e fazendo o que faço. Tenho meus limites, minhas lutas cotidianas para manter a minha fidelidade, mas não faço desta luta uma experiência de lamento. Já caí inúmeras vezes ao longo de minha vida. Não tenho medo das minhas quedas. Elas me humanizaram e me ajudaram a compreender o significado da misericórdia. Eu não sou teórico. Vivo na carne a necessidade de estar em Deus para que minhas esperanças continuem vivas. Eu não sou por acaso. Sou fruto de um processo histórico que me faz perceber as pessoas que posso trazer para dentro do meu coração. Deus me mostra. Ele me indica, por meio de minha sensibilidade, quais são as pessoas que poderão oferecer algum risco para minha castidade. Eu não me refiro somente ao perigo da sexualidade. Eu me refiro também às pessoas que querem me transformar em "propriedade privada". Querem depositar sobre mim o seu universo de carências e necessidades, iludidas de que eu sou o redentor de suas vidas.

Contra a castidade de um padre se peca de diversas formas. É preciso pensar sobre isso. Não se trata de casar ou não. Casamento não resolve os problemas do mundo.

Nem sempre o casamento acaba com a solidão. Vejo casais em locais públicos em profundo estado de solidão. Não trocam palavras nem olhares. Não descobriram a beleza dos detalhes que a castidade sugere. Fizeram sexo de mais, mas amaram de menos. Faltou castidade, encontro frutuoso, amor que não carece de sexo o tempo todo, porque sobrevive de outras formas de carinho.

É por isso que eu continuo aqui, lutando pelo direito de ser só, sem que isso pareça neurose ou imposição que alguém me fez. Da mesma forma que eu continuo lutando para que os casais descubram que o casamento também não é uma imposição. Só se casa aquele que quer. Por isso perguntamos sempre – É de livre e espontânea vontade que o fazeis? – É simples. Castos ou casados, ninguém está livre das obrigações do amor. A fidelidade é o rosto mais sincero de nossas predileções.

sábado, 7 de maio de 2011

O Todo Divino no nada humano!!!!!

Na última quarta-feira tivemos uma noite de espiritualidade no seminário, onde pudemos rezar a Ressurreição de Cristo. E neste eu rezei um pouco do que partilho aqui. E outros assuntos temas vão sendo adicionados às orações no cotidiano.

Com um olhar humano parece estranho pensar que alguém foi capaz de dar a vida pela gente. Seria um louco? ou alguém que apenas queria aparecer e ser eternamente lembrado? Com os olhos da fé a gente logo percebe que não é nem um e nem outro: foi alguém que apenas amou. E como se não bastasse ter assumido a cruz, ainda nos ensinou: amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.

Como o mundo seria diferente se apenas fizesse o que Jesus pediu. Tudo seria mais simples, mais humano, mais fácil.

E quando Jesus, já ressuscitado, nos dá o Espírito Santo, também nos ensina que devemos levar a ressurreição a todos. Essa é a maior mensagem que podemos dar a alguém. Nas nossas dificuldades, nas nossas lutas e labutas, o Ressuscitado nos ensino. Nos momentos de vazio, de desânimo, quando nos sentimos um nada, a Jesus também nos ensina: "A vida venceu a morte".

Assembleia dos bispos aprova a criação da Comissão para a Comunicação

Fonte: www.a12.com

Os bispos da 49ª Assembleia Geral da CNBB aprovaram, na manhã de hoje (6), o desmembramento do Setor de Comunicação Social da Comissão Episcopal Pastoral para a Educação, Cultura e Comunicação tornando-se uma Comissão específica.

A proposta já havia sido aprovada pelos Conselhos Pastoral e Permanente da CNBB. Com esta decisão, sobe para 12 o número de Comissões Episcopais Pastorais, que formam o Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da CNBB.

A nova Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação será composta por três bispos.

“A CNBB já mereceria uma comissão específica para a comunicação devido à importância da comunicação na Igreja e na sociedade. A comissão facilitará a interface com a assessoria de imprensa da CNBB, com a Pastoral da Comunicação e outros organismos. Chegou o momento de a comunicação ter sua comissão. Com isso o trabalho passa a ser mais dinamizado”, disse o presidente da atual Comissão para a Educação, Cultura e Comunicação Social da CNBB, Dom Orani João Tempesta.

“Ressuscitados, mas como?”

Pe. Luiz Carlos de Oliveira - Missionário Redentorista

Acreditamos na Ressurreição de Jesus. Mas quando queremos dizer o que significa este mistério em nossa vida, sentimos dificuldade. Vemos os primeiros cristãos navegarem neste assunto com tanta facilidade. Paulo ensina este tema com muita facilidade. Era a linguagem comum na reflexão e na vivência da comunidade: “Se ressuscitastes com Cristo” (Cl 3,1).

A espiritualidade das comunidades era a Ressurreição. Se olharmos estamos mais voltamos para a culpa de nossos pecados e, como é difícil a conversão, continuamos em nossos erros. Converter-se para que? Se tivermos a consciência da Ressurreição temos motivo para nos converter. O ponto fundamental do conhecimento deste mistério de Jesus está em nossa união com Ele. Ao assumirmos o Batismo percebemos que Ele vive em nós porque nós nos inserimos Nele e vivemos em união a Ele.

A espiritualidade pascal está em viver em Cristo a Vida Nova. Nós a vivemos na medida em que o buscamos através de nosso modo de agir, de buscá-lo, de amá-lo em tudo. Quem é de Deus conhece quando Deus se manifesta. Não se trata de sentimento, de sentir-se bem, de estar feliz, mas de estar voltado para Ele nas circunstancias de nossa vida, mesmo nas dificuldades e nas quedas. O pecado não impede o crescimento. A conversão torna-o um trampolim para um amor maior. A união interior se faz pela fé e pela graça que se manifesta nas coisas que fazemos.

A árvore dá frutos a partir de sua seiva. Paulo diz que venceu tantas coisas, largou tudo porque seu viver era Cristo: “Eu vivo mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim. Minha vida presente na carne, eu a vivo pela fé no Filho de Deus que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20). Os sofrimentos que passou eram um nada em comparação com sua vida em Cristo.